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RESOLUÇÃO POLÍTICA DA UNIDADE POPULAR MAIO DE 2023

por unidadepopular

  26 de Maio de 2023

A cada dia fica mais evidente a incapacidade do sistema capitalista de solucionar os graves problemas da humanidade. Na verdade, o que vemos é o agravamento de todos os males sociais: aumento de novas doenças como Ebola, Covid, etc., recrudescimento de doenças antes controladas, avanço da poluição e destruição das florestas, guerras, falência de bancos, inflação, baixos salários e desemprego.

As guerras imperialistas, antes localizadas no Oriente Médio, hoje se desenvolvem no continente europeu e a depender da agressividade e do acirramento das contradições imperialistas, uma nova guerra mundial é uma ameaça real.

Essa situação coloca para todos os revolucionários, a tarefa de ampliar a agitação anti-imperialista para denunciar os crimes do capitalismo e defender o socialismo como única alternativa para a humanidade.

Um outro importante elemento da situação internacional é o desenvolvimento das lutas dos trabalhadores em dezenas de países. Há um verdadeiro ressurgimento do movimento operário, com greves de grandes proporções na Alemanha, França, Reino Unido, entre outros países capitalistas.

Nosso país, há anos, é vítima das crises do sistema capitalista, mas todas as suas consequências recaem profundamente sobre os trabalhadores; é o povo que paga a crise para que algumas dezenas de bilionários continuem acumulando riquezas extraordinárias. A violência contra o povo negro nas periferias e os povos indígenas e tradicionais nos interiores do país é outra realidade que se mantém, fruto das raízes racistas e anti-povo do atual estado capitalista.

Infelizmente, não há perspectiva de uma melhoria na situação do nosso povo, pois o governo opta por manter os privilégios da grande burguesia, financiando o agronegócio, mantendo alianças com setores que querem destruir nossas reservas ambientais e explorar nossos recursos naturais a qualquer custo (como no caso da proposta de exploração de petróleo na foz do Amazonas) e usando metade do orçamento público para pagar juros à elite financeira, os banqueiros.

A situação nacional tem dois aspectos importantes que precisamos ter em mente: as Forças Armadas mantêm intactas suas estruturas e seu alto comando fascista, de um doentio anticomunismo e comprometido em defender os interesses da grande burguesia e do imperialismo, e seguem conspirando por um novo golpe militar. Além disso, a grande maioria dos deputados e senadores é de direita ou de extrema-direita.

Diante dessas adversidades, a política adotada pelos partidos da social-democracia e reformistas é uma política de conciliação de classes, em particular, com os setores reacionários, como prova a composição dos ministérios e a proposta de arcabouço fiscal. Para piorar, os partidos reformistas fazem de tudo para desmobilizar as massas, frear as lutas operárias e acreditam que Alexandre de Morais e a Polícia Federal derrotarão, sem as massas, o fascismo no país. Acreditam, ainda, que o crescimento da economia capitalista ocorrerá de qualquer jeito e resolverá os problemas econômicos existentes no país. Trata-se de uma grande ilusão no capitalismo e na burguesia, e uma total subestimação do papel e da força das massas populares.

Outra questão importante a ressaltar é que a ameaça golpista segue atual. Os generais fascistas seguem em postos do governo e no alto comando das FFAA, o agronegócio financia iniciativas para criminalizar o MST e a correlação de forças no Congresso Nacional é favorável a extrema-direita.

Neste sentido, com o intuito de definir da maneira mais precisa possível nossa posição em relação ao governo, de maneira a se diferenciar dos bajuladores e dos fascistas, consideramos que:

Apoiamos o governo Lula na luta contra o fascismo e pelas liberdades democráticas e exigimos que os responsáveis pelo golpe fascista de 8 de janeiro – Bolsonaro e seus generais reacionários – sejam exemplarmente punidos;

Porém, não estamos de acordo com a política econômica do governo, que privilegia o agronegócio em vez da reforma agrária (atrasada há mais de 60 anos) para milhões de famílias sem-terra. O chamado “Novo Arcabouço Fiscal” na prática é uma política que mantém o teto de gastos enquanto continua a destinar cerca de metade do orçamento para o pagamento de juros e amortizações aos banqueiros, essa elite gananciosa e egoísta, através da chamada dívida pública;

Além do mais, até agora, nada foi feito pela punição dos golpistas e torturadores de 1964, pela revogação das Reformas da Previdência e Trabalhista e o aumento de apenas R$ 18,00 no salário mínimo está longe de atender aos anseios da classe trabalhadora.

Por tudo isso, lutamos pela mudança desse modelo econômico excludente, de baixos salários para os trabalhadores e que limita os investimentos sociais na saúde, educação e habitação.

Todo esse quadro coloca perante cada um dos militantes da Unidade Popular, o grande desafio de crescer a consciência política de nosso povo, organizar a luta operária contra os patrões, a luta das mulheres, da juventude e do povo por seus direitos. Em seu artigo “A missão histórica do Partido Operário Búlgaro”, Dimitrov, autor do livro “Unidade Operária Contra o Fascismo”, publicado no Brasil pelas Edições Manoel Lisboa, é destacada a importância do Partido dedicar-se à formação política e ideológica dos militantes, tanto os novos quanto os velhos, e que cada Diretório e núcleo tenha muito claro as perspectivas dos revolucionários: para onde vamos, por que lutamos e onde pretendemos chegar, isto é, construir a sociedade socialista.