O povo palestino, através das organizações de resistência à ocupação israelense, alcançou um acordo de cessar-fogo com as forças sionistas de Israel nesta quarta, 15 de janeiro de 2025. A agressão israelense deixou, após 467 dias de bombardeios, fuzilamentos e destruição em massa, mais de 52 mil mortos, 100 mil feridos e mutilados e 2 milhões de desabrigados. Destas vítimas, cerca de 70% são mulheres e crianças.
Foram 16 meses de luta pela sobrevivência de um povo submetido a 76 anos de opressão colonial racista. No território da Palestina, o povo vive sob a opressão constante de Israel, que ocupa e coloniza seu território e submete a população a falta de alimentos, acesso à saúde, educação e serviços básicos. Os palestinos ainda são um povo sem direito a ter seu próprio Estado e sua soberania.
Em Gaza, a situação é pior. Desde 2006, a população daquela região vive sob um cerco militar de Israel que foi agravada com a agressão genocida iniciada no dia 7 de outubro de 2023.
Em várias partes da Palestina e do mundo, o povo palestino e lutadores sociais de vários países celebram esse acordo que garante vitórias concretas na luta pela libertação daquele país.
Entre os pontos do acordo estão: a libertação de mil reféns políticos palestinos das prisões de Israel (hoje, o Estado sionista mantém 10 mil palestinos reféns), a retirada gradual das tropas de Israel da Faixa de Gaza, a não ocupação do território por colonos israelenses e o início da abertura da fronteira de Gaza com o Egito para a entrada de ajuda humanitária. Em troca, a resistência palestina garantiu a liberação gradual de todos os prisioneiros israelenses até março.
O resultado desse acordo foi conquistado com muito sangue derramado pelos palestinos e mobilização mundial dos povos explorados do mundo. A luta contra a opressão do povo palestino, nos últimos meses, atingiu um novo patamar, onde a conquista da libertação definitiva da Palestina se torna cada vez mais necessária para a luta anti-imperialista.
Nas maiores cidades do mundo, em países da Europa, Ásia, África e América Latina o povo foi às ruas em defesa da Palestina. Nas universidades, estudantes ocuparam centenas de campus exigindo o boicote a Israel. Em portos e fábricas dos EUA e da Europa, operários faziam greve contra o envio de armamentos de Israel.
A Unidade Popular pelo Socialismo, que nesse período se colocou ao lado de todas as manifestações de solidariedade ao povo palestino, saúda a coragem e a abnegação da resistência do povo palestino e a mobilização mundial da classe trabalhadora.
Reafirmamos também que esta luta não terminou. O cessar-fogo, como todos os acordos conquistados em agressões anteriores, tem um caráter temporário. Neste acordo não está incluído o direito de autogoverno dos palestinos, ou seja, a criação do Estado Palestino, ação essa que só será realizada com a luta do próprio povo Palestino e pela pressão dos povos de todo o mundo e nações progressistas. Portanto, os povos do mundo não podem dar esse enfrentamento com o imperialismo estadunidense e israelense como terminados.
Prova dessa realidade é que, desde que o acordo foi anunciado na imprensa mundial, o exército sionista já assassinou 110 palestinos em Gaza, com dezenas de crianças vítimas de bombardeios espalhados em todo o território.
Diante disto, temos o desafio de continuar a mobilização mundial para garantir o cumprimento do acordo por parte de Israel e para que todos os criminosos de guerra sionistas e seus aliados sejam punidos. Netanyahu e seus comparsas não podem sair impunes deste genocídio, tampouco podem sair sem responsabilização os governos dos EUA, Alemanha, Reino Unido, França e outras potências imperialistas.
Chamamos a todo mundo que defende o direito do povo palestino de ser independente a continuar unidos no enfrentamento à agressão colonial de Israel, que não terminou.
Palestina livre!
Pela construção do Estado da Palestina!
Fora Israel da Palestina!
Prisão para os criminosos genocidas de Israel!
Executiva Nacional da Unidade Popular pelo Socialismo
16/01/2025